Ao tic-tacquear

Ninguém vê a minha dor, ninguém poderá decifrar o peso das minhas lágrimas, o tempo passa, pasa muito rápido e quem seria eu para fazer com que ele parasse? Ninguém.
Minhas lágrimas me cortam os lábios e o meu insignificante coração, hoje juntei tudo que eu já tive de bom e qualquer coisa que eu poderia ter e fiz questão de queimar, já que a minha felicidade não importa então vamos juntos de mãos dadas para a solidão, um lugar onde só minha consciência poderá me julgar e a escuridão poderá ser meu lar.

Não existe o certo, o errado já se tornou meu caminho, e o que eu sigo é a minha sombra de imensa ingratidão, e a minha falta de amizade e respeito para com aqueles que me trouxeram a paz. O que eu posso fazer com esse maldito relógio que cisma em tocar e badalar me tirando de um sonho tão bom, sonhar é um privilégio, não é pago e nele você pode ser um singelo personagem falsificado de você mesmo tentando transformar sua vida em um conto de fadas.

O final feliz NÃO EXISTE exceto nos sonhos e nos filmes em que você é a mocinha e todos estão contra você e no fim você encontra seu principe encantado. Quem trouxe esse relogio que não para de tic-tacquear e badalar, e quem acredita na plena felicidade, sorte dos filosofos que tiveram sua vida para ser lembradas eternamente, e quem mais seria importante nesse mundo de solidão a não ser quem realmente merece.

Viver talvez esteja sendo impossivel para aqueles que realmente desejam, e ninguém poderá sentir a minha dor. Eu só vivo quando encontro a brisa de um mar e uma areia para sentar a lua quieta presencia todo meu amor, um lugar onde eu serei somente eu sem máscaras sem felicidade 24 horas por dia, onde eu posso chorar e sorrir ao mesmo tempo. Longe dali sou somente uma replica falsa de uma garota simples e sem sonhos ou cheia deles.

E quem trouxe esse relógio que acaba de me acordar de uma vida surreal e infeliz, que droga alguém pode quebrar este relógio e me deixar dormir, num sono profundo onde essa dor não me toque mais.