O caminho.

Me sinto uma cópia falsificada de mim mesmo, me sinto numa bolha sem ar onde minhas opiniões e meu ponto de vista nem sempre é aceito ou melhor não é aceito, as vezes me pergunto onde não crer nas mesmas coisas e não ter o mesmo pensamento que os outros me faz uma pessoa completamente diferente e julgada na sociedade.
Não ter uma imagem forçada de ser a menina apaixonada e boazinha o tempo todo me torna alguém menos especial do que qualquer outro ser? Por que todos precisam de pessoas boazinhas que acreditam no amor eterno pra ter uma vida digna? Não eu não vou me passar por alguém que eu não sou, mesmo por muitas vezes tentando entrar em um personagem onde é completamente aceito nessa sociedade mediocre.
Sou o que sou, mesmo me sentindo abandonada por ter uma opinião que muitos nem sempre apoiam eu continuarei acordando todas as manhãs e olhando na janela o dia magnifico que virá, e mesmo que tudo me mostre o contrário eu não preciso provar aos outros que eu sou boa o suficiente.
Chega dessa mania de acreditar que o senso crítico é algo que não importa, que é algo desnecessário pois ele não é, ele te faz viver. Eu ando realmente só, eu ando procurando a paz, ando procurando algo que me faça ficar presa ao chão, deixar de voar, começar a viver nesse mundo onde a sua opinião não importa, onde tudo o que você faz é errado, onde a sua vontade de proteger aqueles que lhe fazem bem é errado.
Sim eu sinto falta de muitas coisas, eu nunca fui uma pessoa de aceitar e abaixar a cabeça sempre corri atrás daquilo que me fazia bem, e eu sei que aqueles que realmente me amam mesmo não me entendendo não me julgará por ser quem eu sou mesmo discordando com metade que eu falo ou faço, ah como eu ando só.
E junto mais uma vez os meus cacos e volto a viver meu cotidiano, junto aos meus manuescritos cheios de dor e uma felicidade antiga onde era mais fácil de se viver, talvez eu realmente não tenha nascido em 1992 é muita dor e muita alegria para meros 18 anos de paz e terror, de medo e alegria, sorrisos e lágrimas.
Ninguém escuta o que há dentro de um coração sozinho, ferido e cheio de esperanças de uma vida que segue sem rumo e sem trilha, a falta me trás a saudade de sorrisos entre lágrimas e de um amor diferente e inagualável por coisas engraçadas e estranhas, simples e completamente felizes.
Não sei onde a vida vai dar, não sei se o orgulho esperado chegará, a única coisa que eu sei que viverei na plenitude de minha liberdade de expressar o que eu sinto e quem eu sou, mesmo ainda não saber quem realmente sou.

Filosofia - Noel Rosa

O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.

Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim.
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.

Não me incomodo
Que você me diga
Que a sociedade
É minha inimiga.
Pois vivendo neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.

Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.